Todo mundo tem transtorno agora? 

Não, é que antes não tinha diagnóstico e agora tem. Então da essa sensação que todo mundo tem transtorno.

Afinal, quem está certo nesta história?

Nos últimos anos temos visto um aumento expressivo no que diz respeito de diagnósticos de transtornos nas crianças. Nas escolas a situação está crítica com o aumento das crianças “laudadas” e as demandas que isso traz.

Por um lado, isso é fruto de trabalho sério de profissionais e pesquisadores que realmente detectam uma condição diferente no cérebro de algumas crianças, por outro tem dado margem para muitos diagnósticos errado e crianças medicadas desnecessariamente.

Um estudo realizado na Alemanha, avaliou 58 crianças diagnosticadas com TDAH. Os resultados indicaram que mais de 1/3 dessas crianças não apresentava as alterações neurológicas típicas do transtorno.

Outro, realizado na França, analisou 4200 crianças francesas entre 5 e 10 anos. O resultado sugere que a menor maturidade das crianças mais jovens na mesma turma podem levar a diagnósticos equivocados de TDAH.

Um estudo da USP avaliou 43 crianças diagnósticas com TDAH. Destes casos, apenas 3 preencheram os critériospara o transtorno quando submetidos a escalas e testes específicos.

dificuldade em distinguir comportamentos típicos da infância de sintomas do TDAH é um desafio significativo.

Essa solução pode ser simples: Primeiro, realizar uma boa avaliação neuropsicológica para mapear o perfil comportamental e cognitivo da criança. Segundo, ajustar o manejo de pais e professores de acordo com o perfil mapeado. Terceiro, reavaliar a criança e se ainda sobrarem sintomas, aí sim, a indicação de medicação pode ser necessária.

Segue abaixo os estudos:

https://www.welt.de/gesundheit/plus251904008/Kinder-Warum-es-so-viele-ADHS-Fehldiagnosen-gibt-und-was-Lehrer-damit-zu-tun-haben.html
https://www.lemonde.fr/sciences/article/2024/07/04/tdah-comment-le-mois-de-naissance-influence-la-prise-en-charge_6246642_1650684.html